Os mil retângulos de Jerusém são habitados pela vida nativa inferior do planeta sede-central e, no seu centro, está situada a imensa sede-central circular dos espornágias.
Em Jerusém ficareis assombrados com as realizações na agricultura feitas pelos maravilhosos espornágias. Ali, a terra é amplamente cultivada para efeitos estéticos e ornamentais. Os espornágias são os jardineiros das paisagens dos mundos sedes-centrais, e são originais e artísticos no tratamento que dão aos espaços abertos de Jerusém. Utilizam tanto animais, quanto numerosas invenções mecânicas na cultura do solo. São habilmente inteligentes no emprego das agências de poder dos seus reinos tanto quanto na utilização das numerosas ordens dos seus irmãos inferiores, das criações animais menos evoluídas, muitas das quais são entregues a eles nesses mundos especiais. Essa ordem de vida animal é agora quase totalmente dirigida pelas criaturas intermediárias ascendentes das esferas evolucionárias.
Os espornágias não são resididos por Ajustadores. Eles não possuem almas de sobrevivência, mas desfrutam de vidas longas, algumas vezes até de quarenta a cinqüenta mil anos-padrão. O seu número é o de uma legião, e eles podem fazer ministrações físicas a todas as ordens de personalidades, no universo, que estejam necessitando de serviços materiais.
Embora os espornágias não possuam uma alma de sobrevivência, e não a desenvolvam, ainda que não tenham personalidade, eles desenvolvem uma individualidade que pode experienciar a reencarnação. Quando, com o passar do tempo, os corpos físicos dessas criaturas singulares deterioram com o uso e a idade, os seus criadores, em colaboração com os Portadores da Vida, produzem novos corpos nos quais os velhos espornágias restabelecem as suas residências.
Os espornágias são as únicas criaturas em todo o universo de Nébadon que experienciam essa ou qualquer outra espécie de reencarnação. São sensíveis apenas aos cinco primeiros espíritos ajudantes da mente; não respondem, portanto, aos impulsos dos espíritos da adoração e da sabedoria. Esses cinco ajudantes da mente equivalem, contudo, a um nível total de realidade ou ao sexto nível de realidade, e é esse fator que perdura como uma identidade experiencial.
Para descrever essas criaturas úteis e inusitadas, não disponho de nenhuma base de comparação, pois não há animais nos mundos evolucionários comparáveis a eles. Eles não são seres evolucionários, tendo sido projetados pelos Portadores da Vida na sua forma e status atuais. São bissexuais e procriam-se à medida que são requisitados, para fazer face às necessidades de uma população crescente.
Talvez, para as mentes de Urântia, eu fizesse melhor sugerindo algo da natureza dessas criaturas belas e úteis, dizendo que elas têm as características do cavalo fiel, combinadas às do cão afetuoso, manifestando uma inteligência que é maior que a do tipo mais elevado de chimpanzé. E são muito belas, se julgadas segundo os padrões físicos de Urântia. Apreciam bastante as atenções a elas demonstradas pelos seres materiais e semimateriais que permanecem nesses mundos arquitetônicos. Elas têm uma vista que lhes permite reconhecer—além dos seres materiais—as criações moronciais, as ordens angélicas mais baixas, as criaturas intermediárias e algumas das ordens menos elevadas de personalidades espirituais. Não compreendem a adoração do Infinito, nem captam a importância do Eterno, mas, por intermédio do afeto que têm pelos seus mestres, elas compartilham das devoções espirituais externas dos seus reinos.
Existem aqueles que acreditam que, em uma idade futura do universo, esses espornágias fiéis escaparão do seu nível animal de existência e atingirão um destino evolucionário condigno de crescimento intelectual progressivo e mesmo de realização espiritual.