A sede-central do Príncipe era inteiramente modesta, embora de uma rara beleza, e projetada de modo a inspirar o respeito dos homens primitivos daquela época. Os edifícios não eram especialmente grandes, pois o motivo desses educadores importados era encorajar o desenvolvimento ulterior da agricultura por meio da introdução da criação de animais. As reservas de terras, dentro das muralhas da cidade, eram suficientes para comportar os pastos e a horticultura, para abastecerem uma população de cerca de vinte mil habitantes.
O interior do templo central de adoração e das dez mansões dos conselhos dos grupos supervisores de supra-homens eram de fato belas obras de arte. E, ao mesmo tempo em que os prédios residenciais eram modelos de ordem e limpeza, tudo era muito simples e inteiramente primitivo, em comparação com os desenvolvimentos posteriores. Nessa sede-central de cultura, não eram empregados métodos que não pertencessem naturalmente a Urântia.
O grupo corpóreo de assessores do Príncipe dispunha de moradas que, sendo simples, mas exemplares, eram mantidas como lares destinados a inspirar e a impressionar favoravelmente os estudantes observadores que estagiavam no centro social e sede educacional do mundo.
A ordem definida da vida familiar, com toda a família vivendo reunida em uma residência, em um local relativamente estabelecido, data dessa época da Dalamátia e veio principalmente devido ao exemplo e aos ensinamentos dos cem e dos seus alunos. O lar como uma unidade social nunca se tornou um sucesso, antes que os supra-homens e as supramulheres da Dalamátia houvessem levado a humanidade a amar e planejar, para os seus netos e para os filhos dos seus netos. O homem selvagem ama os seus filhos, mas o homem civilizado ama também os seus netos.
Os assessores do Príncipe viviam juntos, como pais e mães. É verdade que eles não tinham filhos próprios, mas os cinqüenta lares-modelo da Dalamátia nunca abrigaram menos do que quinhentas crianças adotadas, selecionadas junto às famílias superiores das raças andônicas e sangiques; muitas dessas crianças eram órfãs. E eram favorecidas pela disciplina e o aperfeiçoamento desses superpais; e então, após três anos nas escolas do Príncipe, onde entravam dos treze aos quinze anos, tornavam-se capazes para o casamento e prontas para receber as suas incumbências como emissários do Príncipe junto às tribos necessitadas das respectivas raças.
Fad patrocinou o plano de educação da Dalamátia, executado como uma escola industrial na qual os alunos aprendiam fazendo e, por intermédio da qual, se formavam realizando as tarefas diárias necessárias. Esse plano de educação não ignorava o pensar e o sentir para o desenvolvimento do caráter; mas colocava o aperfeiçoamento manual em primeiro lugar. A instrução era individual e coletiva. Os alunos recebiam ensinamentos tanto dos homens quanto das mulheres, e também de uns e outros, atuando em conjunto. A metade da instrução desse grupo era separada por sexo; a outra metade era de educação mista. Os estudantes ganhavam destreza manual individualmente e, em grupos ou classes, eles socializavam-se. Eram educados para confraternizar com grupos mais jovens, grupos de adultos e de mais velhos, bem como para fazer trabalhos em equipe com os da mesma idade. Também estavam familiarizados com associações tais como os grupos familiares e equipes para jogos e classes escolares.
Entre os últimos estudantes educados na Mesopotâmia para trabalhar com as suas raças respectivas, estavam os andonitas dos planaltos da Índia ocidental, junto com os representantes dos homens vermelhos e dos homens azuis; e, posteriormente, um pequeno número dos da raça amarela foi também recebido.
Hap presenteou as raças primitivas com uma lei moral. Esse código era conhecido como “O caminho do Pai” e consistia dos sete mandamentos seguintes:
1. Não temerás nem servirás a nenhum Deus, senão ao Pai de todos.
2. Não desobedecerás ao Filho do Pai, o governante do mundo, nem faltarás com o respeito aos seus assessores supra-humanos.
3. Não mentirás quando fores chamado perante os juízes do povo.
4. Não matarás nem homens, nem mulheres, nem crianças.
5. Não roubarás nem os bens, nem o gado do teu vizinho.
6. Não tocarás na mulher do teu amigo.
7. Não faltarás com o respeito aos teus pais nem aos mais velhos da tribo.
Essa foi a lei da Dalamátia por quase trezentos mil anos. E muitas das pedras sobre as quais essa lei estava gravada agora repousam sob as águas em locais distantes das margens da Mesopotâmia e da Pérsia. Tornou-se costume ter um desses mandamentos mentalizados a cada dia da semana, usando-o para saudações e ação de graças nas horas das refeições.
A medida de tempo daqueles dias era o mês lunar, sendo esse período considerado como tendo vinte e oito dias. Essa foi, com exceção do dia e da noite, a única medida de tempo que esses povos primitivos conheceram. A semana de sete dias foi introduzida pelos educadores da Dalamátia e surgiu do fato de que sete era um quarto de vinte e oito. O significado do número sete no superuniverso, sem dúvida, ofereceu-lhes a oportunidade de inserir um motivo espiritual no modo comum de considerar o tempo. Contudo, o período de uma semana não tem uma origem na natureza.
O campo em volta da cidade era bem colonizado, em um raio de cento e sessenta quilômetros. Na periferia imediata da cidade, centenas de alunos graduados das escolas do Príncipe empenhavam-se na criação de animais e, por outro lado, aplicavam as instruções que haviam recebido dos seus assessores e dos seus numerosos ajudantes humanos. Uns poucos cuidavam da agricultura e da horticultura.
A humanidade não se dedicou à árdua tarefa da agricultura como um castigo de um suposto pecado. “Comerás dos frutos dos campos criados com o suor da tua fronte” não foi uma sentença de punição pronunciada por causa da participação do homem nas loucuras da rebelião de Lúcifer, sob a liderança do traiçoeiro Caligástia. O cultivo do solo é inerente ao estabelecimento de uma civilização avançada nos mundos evolucionários, e essa injunção foi o centro de toda a educação do Príncipe Planetário e do seu corpo de assessores, durante os trezentos mil anos que se interpuseram entre a sua chegada em Urântia e os dias trágicos em que Caligástia tomou o partido do rebelde Lúcifer. O trabalho com o solo não é uma maldição; é, antes, a mais alta bênção para todos aqueles a quem é permitido assim desfrutar da mais humana de todas as atividades do homem.
No alvorecer da rebelião, a Dalamátia tinha uma população residente de quase seis mil habitantes. Esse número inclui os estudantes regulares, mas não abrange os visitantes e observadores, cujo número chegava sempre a mais de mil. Vós só podeis ter, contudo, pouca ou nenhuma idéia do progresso maravilhoso daqueles tempos distantes: praticamente todos os benefícios maravilhosos ganhos pela humanidade, naqueles dias, ficaram no esquecimento depois da horrível confusão e da escuridão espiritual abjeta que se seguiu à sedição e ao erro catastrófico de Caligástia.