O grande período Cretáceo estava próximo do seu fechamento, e o seu encerramento assinala o fim das grandes invasões dos mares adentro dos continentes. Isto é verdadeiro particularmente para a América do Norte, onde houvera nada menos do que vinte e quatro grandes inundações. E, embora hajam ocorrido submersões subseqüentes menores, nenhuma dessas pode ser comparada às extensas e longas invasões marítimas dessa idade e das precedentes. Esses períodos alternados, de predomínio da terra e do mar, ocorreram em ciclos de milhões de anos. Essas elevações e afundamentos do fundo dos oceanos e níveis de terra dos continentes aconteceram segundo ritmos multimilenares. E esses mesmos movimentos rítmicos da crosta continuarão, dessa época em diante, na história da Terra, mas com freqüências e extensões decrescentes.
Esse período também testemunha o fim da deriva continental e da formação das modernas montanhas de Urântia. Todavia, a pressão das massas continentais e do momentum transversal das suas derivações seculares não é a influência exclusiva geradora das montanhas. O fator principal e básico, na determinação da localização de uma cadeia de montanhas, é a planície preexistente, ou a depressão, que se tornou preenchida pelos depósitos, relativamente menos pesados, gerados na erosão de terra e movimentos marinhos das idades precedentes. Essas áreas mais leves de terras, algumas vezes, têm de 4 500 a 6 000 metros de espessura; e, portanto, quando a crosta é submetida à pressão por uma causa qualquer, essas áreas mais leves são as primeiras a dobrar-se para cima, e a subir para permitir o ajustamento compensatório das forças e pressões em conflito, as quais trabalham na crosta da Terra ou sob a mesma. Algumas vezes esses levantamentos de terras ocorrem sem dobras. No caso, porém, do levantamento das Montanhas Rochosas, ocorreram grandes dobras e mergulhos, combinados com enormes arrastamentos das várias camadas, tanto subterrâneas quanto superficiais.
As montanhas mais antigas do mundo estão localizadas na Ásia, na Groenlândia e ao norte da Europa, entre as do antigo sistema este-oeste. As montanhas de idade intermediária estão no grupo que circunda o oceano Pacífico e no segundo sistema europeu leste-oeste, as quais nasceram aproximadamente ao mesmo tempo. Essa gigantesca elevação tem quase dezesseis mil quilômetros de comprimento, estendendo-se desde a Europa até as elevações de terra nas Antilhas. As montanhas mais recentes estão no sistema das Montanhas Rochosas, onde, durante muito tempo, as elevações das terras ocorreram apenas para serem sucessivamente encobertas pelo mar, embora algumas dentre as terras mais elevadas hajam permanecido como ilhas. Depois da formação das montanhas de meia-idade, uma cordilheira montanhosa real elevou-se e estaria posteriormente destinada a ser encravada nas atuais Montanhas Rochosas, por toda uma arte combinada dos elementos da natureza.
A região atual das Montanhas Rochosas norte-americanas não é a elevação original daquelas terras; aquela elevação havia sido, tempos atrás, nivelada pela erosão, e depois fora re-elevada. A cadeia frontal atual de montanhas é o que restou dos remanescentes da cadeia original, que fora re-elevada. Os picos de Pikes e Longs são exemplos notáveis dessa atividade na montanha, estendendo-se a duas ou mais gerações de vidas das montanhas. Esses dois picos mantiveram os seus topos sobre as águas, durante várias das inundações precedentes.
Biologicamente, bem como geologicamente, essa foi uma idade ativa e cheia de acontecimentos na terra e sob as águas. Os ouriços do mar aumentaram em número, enquanto os corais e os crinóides diminuíram. Os amonites, de influência preponderante durante uma idade anterior, também declinaram rapidamente. Nas terras, as florestas de fetos foram amplamente substituídas pelas de pinheiros e outras árvores modernas, incluindo as gigantescas sequóias. Ao final desse período, enquanto os mamíferos placentários ainda não haviam surgido, o estágio biológico foi completamente estabelecido para o aparecimento, em uma idade subseqüente, dos primeiros ancestrais dos futuros tipos de mamíferos.
E assim termina uma longa era de evolução do mundo, estendendo-se desde o primeiro aparecimento da vida terrestre até os tempos mais recentes dos ancestrais imediatos da espécie humana e das suas ramificações colaterais. Este, o período Cretáceo, engloba cinqüenta milhões de anos e encerra a era pré-mamífera da vida terrestre, que se estende por um período de cem milhões de anos, e é conhecido como o Mesozóico.
[Apresentado por um Portador da Vida de Nébadon, designado para Satânia e agora atuando em Urântia.]
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