Durante essa idade de luz e vida, o mundo prospera crescentemente sob o governo paternal do Soberano Planetário. Durante esse tempo os mundos progridem sob a impulsão viva de uma única língua, religião única e, nas esferas normais, uma única raça. Mas essa idade não é perfeita. Esses mundos têm, ainda, hospitais bem equipados que, como lares, cuidam dos enfermos. Os problemas de tratamentos de ferimentos acidentais e enfermidades inevitáveis ainda persistem, bem como o atendimento à decrepitude causada pela idade e desordens da senilidade. A doença não foi vencida inteiramente, e os animais terrestres tampouco foram perfeitamente dominados; mas esses mundos são como um Paraíso, se comparados aos tempos iniciais do homem primitivo, durante a idade anterior ao Príncipe Planetário. Vós iríeis instintivamente descrever um reino assim—caso pudésseis ser transportados, subitamente, a um planeta nesse estágio de desenvolvimento—como o céu na Terra.
O governo humano, para a condução dos assuntos materiais, continua a funcionar nessa idade de progresso e perfeição relativos. As atividades públicas de um mundo no primeiro estágio de luz e vida visitado recentemente por mim eram financiadas pela técnica do dízimo. Todos os cidadãos capacitados fisicamente trabalhavam em alguma coisa; e cada trabalhador adulto pagava dez por cento da sua renda ou lucro ao tesouro público. Esses dez por cento eram despendidos da seguinte maneira:
1. Três por cento, na promoção da verdade-ciência, na educação e filosofia.
2. Três por cento, devotados à beleza—aos jogos, lazer social e arte.
3. Três por cento, dedicados à bondade—serviço social, altruísmo e religião.
4. Um por cento, destinado às reservas de seguro, contra o risco de incapacidade para o trabalho, resultante de acidentes, doença, velhice ou desastres inevitáveis.
Os recursos naturais desse planeta eram administrados como uma posse social e como propriedade da comunidade.
Nesse mundo a mais alta honra conferida a um cidadão era a ordem do “serviço supremo” , o único grau de reconhecimento concedido dentro do templo moroncial. Tal reconhecimento era atribuído àqueles que se distinguiram, há muito, em alguma fase da descoberta supramaterial ou serviço social planetário.
A maioria dos postos sociais e administrativos era mantida conjuntamente por um homem e uma mulher. A maior parte do ensino também era dada em conjunto; e do mesmo modo todas as responsabilidades judiciais também desempenhadas por casais, ou duplas de seres relacionados de modo semelhante.
Nesses mundos magníficos, o período destinado à formação da família não é muito prolongado. É mais conveniente que não haja uma diferença considerável de idade entre as crianças de uma mesma família. Quando têm idades mais próximas, as crianças são capazes de contribuir muito mais para a educação mútua. E, nesses mundos, elas são magnificamente preparadas pelos sistemas competitivos de esforços intensos, nos domínios e divisões avançadas, das realizações diversas, para o aprendizado e a mestria da verdade, beleza e bondade. Podeis estar seguros, entretanto, de que mesmo essas esferas glorificadas apresentam o mal real e potencial em uma certa quantidade, suficiente para servir de estímulo à escolha entre a verdade e o erro, o bem e o mal, o pecado e a retidão.
Entretanto, há penalidades certas e inevitáveis, ligadas à existência mortal, em tais planetas evolucionários avançados. Quando um mundo estabelecido progride depois do terceiro estágio de luz e vida, todos os seres ascendentes estão destinados, antes de atingirem o setor menor, a cumprir alguma espécie de missão transitória, em um planeta que esteja passando por estágios anteriores de evolução.
Cada uma dessas idades sucessivas representa realizações de avanço em todas as fases do progresso planetário. Na idade inicial de luz, a revelação da verdade foi ampliada e abrange os trabalhos do universo dos universos; enquanto o estudo da Deidade, durante a segunda dessas idades, tende a aprofundar o conceito versátil da natureza, missão, ministério, associações, origem e destino dos Filhos Criadores, o primeiro nível de Deus, o Sétuplo.
Um planeta do porte de Urântia, quando suficientemente bem estabelecido, teria cerca de cem centros subadministrativos. Esses centros subordinados seriam presididos por um dos seguintes grupos de administradores qualificados:
1. Os Filhos e as Filhas Materiais jovens, trazidos da sede-central do sistema para atuar como assessores do governo de Adão e Eva.
2. A progênie do corpo de assistentes semimortal do Príncipe Planetário, que foi procriada em alguns mundos para essa e outras responsabilidades similares.
3. A progênie planetária direta de Adão e Eva.
4. As criaturas intermediárias materializadas e humanizadas.
5. Os mortais que chegaram ao status de fusionamento com o Ajustador, mas que, a seu próprio pedido, permanecem temporariamente isentos de translado, pela ordem do Ajustador Personalizado no comando universal, para que possam continuar no planeta ocupando alguns postos administrativos importantes.
6. Os mortais especialmente treinados, nas escolas planetárias de administração, que também receberam a ordem do supremo serviço do templo moroncial.
7. Algumas comissões eletivas de três cidadãos, adequadamente qualificados, que algumas vezes são escolhidos pela comunidade, sob a direção do Soberano Planetário, de acordo com a sua capacitação especial para realizar alguma tarefa definida de necessidade naquele setor planetário em particular.
A grande dificuldade que Urântia encontra, para alcançar o alto destino planetário de luz e vida, provém dos problemas da doença, degenerescência, guerra, existência das raças multicoloridas e multilingüismo.
Nenhum mundo evolucionário pode esperar progredir além do primeiro estágio do estabelecimento em luz, antes de alcançar a unidade de língua, antes de ter uma única religião e uma só filosofia. Ter uma única raça facilita grandemente a um planeta nessa realização. Todavia, em Urântia, a existência de muitos povos não a impede de alcançar estágios mais elevados.