Entre os problemas de grande perplexidade, advindos da rebelião de Lúcifer, nenhum tem causado mais dificuldades do que a incapacidade com a qual os mortais evolucionários imaturos se defrontam ao tentar distinguir entre a verdadeira e a falsa liberdade.
A liberdade verdadeira é uma busca de idades e a recompensa do progresso evolucionário. A falsa liberdade é o engano sutil do erro, no tempo, e do mal, no espaço. A liberdade que perdura, funda-se na realidade da justiça—inteligência, maturidade, fraternidade e eqüidade.
A liberdade transforma-se em um instrumento de autodestruição na existência cósmica quando a sua motivação é pouco inteligente, incondicionada e descontrolada. A verdadeira liberdade, progressivamente, encontra-se relacionada à realidade e considera sempre a eqüidade social, a justiça cósmica, a fraternidade universal e as obrigações divinas.
A liberdade torna-se suicida quando divorciada da justiça material, da honestidade intelectual, da paciência social, do dever moral e de valores espirituais. A liberdade não existe fora da realidade cósmica; e toda a realidade da personalidade é proporcional às suas relações com a divindade.
A vontade própria incontida e a auto-expressão não regradas igualam-se ao egoísmo não mitigado: o ponto mais distante da divindade. A liberdade que não está associada à conquista e automestria do ego, que sempre devem estar em crescimento, é uma invenção da imaginação mortal egoísta. A liberdade motivada apenas no ego é uma ilusão conceitual, um engano cruel. E a licenciosidade mascarada com a veste da liberdade é precursora de uma escravidão abjeta.
A verdadeira liberdade é derivada do auto-respeito genuíno; a falsa liberdade é companheira da auto-admiração. A verdadeira liberdade é fruto do controle de si próprio; a liberdade falsa é fruto da pretensão da afirmação do ego. O autocontrole conduz ao serviço altruísta. A admiração de si próprio tende a conduzir à exploração dos outros, visando um engrandecimento individual egoísta e no erro. Tal indivíduo, por egoísmo, dispõe-se a sacrificar a realização, na retidão, pela posse de um poder injusto sobre os seus semelhantes.
Mesmo a sabedoria, é divina e segura apenas quando é cósmica, no seu alcance; e espiritual, pela sua motivação.
Não há erro maior do que a prática de enganar a si próprio, o que leva os seres inteligentes a aspirarem ao exercício do poder sobre outros seres, resultando no propósito de privá-los das suas liberdades naturais. A regra de ouro da justiça humana põe-se contra todas essas fraudes, injustiças, egoísmos e falta de retidão. Só a liberdade genuína e verdadeira é compatível com o Reino do amor e o ministério da misericórdia.
Como se atreve, a criatura movida pela vontade do ego, a intrometer-se nos direitos dos semelhantes, em nome de uma liberdade pessoal, quando mesmo os Governantes Supremos do universo abstêm-se, em respeito misericordioso, diante das prerrogativas e potenciais da vontade da personalidade! Nenhum ser, no exercício de uma suposta liberdade pessoal, tem o direito de privar qualquer outro ser dos privilégios da existência, conferidos pelos Criadores e devidamente respeitados por todos os seus leais companheiros, subordinados e súditos.
O homem evolucionário pode ter de lutar pelas suas liberdades materiais contra tiranos e opressores, num mundo de pecado e iniqüidade; ou durante os tempos iniciais de uma esfera primitiva, em evolução; mas não é assim nos mundos moronciais, nem nas esferas do espírito. A guerra faz parte da herança do homem evolucionário primitivo, mas, nos mundos em que a civilização tem um avanço normal, o combate físico, como uma técnica de ajustamento para os mal-entendidos raciais, há muito tempo caiu em descrédito.