Desde a época do surgimento do homem, vindo do nível animal—quando ele pode já escolher adorar o Criador—até a chegada do Príncipe Planetário, as criaturas mortais de vontade são chamadas de homens primitivos. Há seis tipos básicos, ou raças, de homens primitivos, e esses povos iniciais aparecem sucessivamente na ordem das cores do espectro, começando pelo vermelho. A duração desse período de evolução da vida primitiva varia muito nos diversos mundos, indo desde cento e cinqüenta mil anos até mais de um milhão de anos do tempo de Urântia.
As raças evolucionárias de cor—vermelha, alaranjada, amarela, verde, azul e índigo—começam a aparecer por volta da época em que o homem primitivo está desenvolvendo uma linguagem simples e começando a exercitar a imaginação criativa. Nessa época, o homem já se acha bem acostumado a permanecer ereto.
Os homens primitivos são caçadores poderosos e lutadores ferrenhos. A lei dessa idade é a da sobrevivência física do mais apto; o governo dessas épocas é inteiramente tribal. Durante as lutas raciais iniciais, em muitos mundos, algumas das raças evolucionárias são eliminadas, como ocorreu em Urântia. Aquelas que sobrevivem, geralmente, misturam-se com a raça violeta dos povos Adâmicos, importada posteriormente.
À luz da civilização subseqüente, essa era do homem primitivo é um capítulo longo, escuro e sangrento. A ética da selva e a moral das florestas primitivas não se encontram em harmonia com os padrões das dispensações posteriores, de religião revelada, que trazem um desenvolvimento espiritual mais elevado. Em mundos normais e não-experimentais essa época é bastante diferente das lutas prolongadas e extraordinariamente brutais que caracterizaram tal idade em Urântia. Quando houverdes emergido após a vossa primeira experiência em um mundo, começareis a perceber por que essa longa e dolorosa luta ocorre nos mundos evolucionários e, na medida em que prosseguirdes no caminho ao Paraíso, compreendereis cada vez mais a sabedoria desses feitos aparentemente estranhos. Entretanto, apesar de todas as vicissitudes das idades primitivas de surgimento do homem, as atuações do homem primitivo representam um capítulo esplêndido, e heróico mesmo, nos anais de um mundo evolucionário do tempo e do espaço.
O homem evolucionário, nos seus primórdios, não é uma criatura pitoresca. Em geral, os mortais primitivos habitam em cavernas ou falésias. E também constroem cabanas rudes, em árvores amplas. Antes de adquirirem uma ordem elevada de inteligência, algumas vezes, os planetas são invadidos por tipos maiores de animais. Mas, muito cedo nessa era, os mortais aprendem a acender e manter o fogo e, com imaginação inventiva crescente e o aperfeiçoamento dos utensílios, o homem em evolução logo vence os animais maiores e menos ágeis. As raças primitivas também fazem um uso extenso dos animais voadores maiores. Esses pássaros enormes são capazes de carregar um ou dois homens, de tamanho médio, em um vôo ininterrupto de mais de oitocentos quilômetros. Em alguns planetas, esses pássaros são de grande valia, pois possuem uma ordem de inteligência suficientemente elevada, sendo freqüentemente capazes de falar várias palavras das línguas do reino. Esses pássaros são muito inteligentes, obedientes e incrivelmente afetuosos. E tais pássaros de transporte estão extintos, há muito, em Urântia, mas os vossos ancestrais primitivos desfrutaram dos serviços deles.
O momento em que o homem adquire o juízo ético, a vontade moral, coincide normalmente com o surgimento da linguagem primitiva. Alcançando o nível humano, depois dessa emergência da vontade do mortal, esses seres tornam-se receptivos à residência temporária dos Ajustadores divinos e, quando da morte, vários deles são devidamente escolhidos como sobreviventes e marcados com um selo, pelos arcanjos, para a subseqüente ressurreição e fusão com o Espírito. Os arcanjos sempre acompanham os Príncipes Planetários e, simultaneamente com a chegada do Príncipe, um juízo dispensacional do reino acontece.
Todos os mortais resididos por Ajustadores do Pensamento são adoradores em potencial; foram “iluminados pela luz verdadeira” e possuem a capacidade de buscar o contato recíproco com a divindade. Contudo, a religião primeva ou biológica do homem primitivo é mais como uma persistência do medo animal combinado ao espanto ignorante e à superstição tribal. A sobrevivência da superstição, nas raças de Urântia, não é complementar ao vosso desenvolvimento evolucionário, nem compatível com as vossas realizações esplêndidas, por tantos outros motivos, de progresso material. Mas essa religião primitiva do medo serve ao propósito bastante útil de dominar os temperamentos ferozes das criaturas primitivas. É a precursora da civilização e constitui solo para o subseqüente plantio das sementes da religião revelada pelo Príncipe Planetário e seus ministros.
Cem mil anos depois que o homem adquire a postura ereta, o Príncipe Planetário normalmente chega, despachado que foi pelo Soberano do Sistema, depois de um informe dos Portadores da Vida de que a vontade está atuando, ainda que relativamente poucos indivíduos hajam-se desenvolvido nesse sentido. Os mortais primitivos normalmente acolhem bem o Príncipe Planetário e a sua assessoria visível; de fato os homens os vêem com admiração e reverência, quase com adoração, se não forem refreados.