As capitais dos sistemas são particularmente embelezadas por edificações materiais e minerais, ao passo que a sede-central do universo reflete mais a glória espiritual; mas as capitais das constelações são o ponto alto das atividades moronciais e dos embelezamentos vivos. Nos mundos-sede das constelações, a beleza viva é utilizada de um modo mais geral, e é essa preponderância da vida—a arte botânica—que leva tais mundos a serem chamados de “os jardins de Deus”.
Cerca da metade de Edêntia dedica-se aos refinados jardins dos Altíssimos, e tais jardins estão entre as mais encantadoras criações moronciais do universo local. Isso explica por que os locais extraordinariamente belos, nos mundos habitados de Norlatiadeque, são tão freqüentemente chamados de “o jardim do Éden”.
Centralmente localizado, nesse magnífico jardim, está o templo de adoração dos Altíssimos. O salmista deve ter sabido de algo, sobre essas coisas, pois escreveu: “Quem irá ascender às colinas dos Altíssimos? Quem se manterá nesse lugar sagrado? Ele, que tem as mãos limpas e o coração puro, que não levou a sua alma à vaidade, nem jurou enganosamente”. Nesse templo, os Altíssimos, a cada décimo dia de relaxamento, conduzem toda a Edêntia à contemplação adoradora de Deus, o Supremo.
Os mundos arquitetônicos desfrutam de dez formas de vida, da ordem material. Em Urântia, há a vida vegetal e há a vida animal, mas, em um mundo como Edêntia, há dez divisões de ordens materiais de vida. Pudésseis ver essas dez divisões da vida em Edêntia, e iríeis rapidamente classificar as primeiras três como vegetais e as últimas três como animais, mas seríeis totalmente incapazes de compreender a natureza dos quatro grupos intermediários de formas de vida, de tão prolíficas e fascinantes.
Mesmo a vida distinguivelmente animal é muito diferente da dos mundos evolucionários; e tão diferente que é completamente impossível retratar, para as mentes mortais, o caráter singular e a natureza afetuosa dessas criaturas que não falam. Há milhares e milhares de criaturas vivas, que a vossa imaginação certamente não poderia conceber. Toda a criação animal é de uma ordem inteiramente diferente das espécies animais grosseiras dos planetas evolucionários. Contudo, toda essa vida animal é bastante inteligente e deliciosamente prestativa, e todas as várias espécies são surpreendentemente gentis e de um companheirismo tocante. Não há criaturas carnívoras nesses mundos arquitetônicos; nada há, em toda a Edêntia, que faça qualquer ser vivo sentir medo.
A vida vegetal é também muito diferente da de Urântia, pois consiste tanto nas variedades materiais como das moronciais. As de desenvolvimento material têm uma coloração verde característica, mas os equivalentes moronciais da vida vegetal têm um matiz violáceo ou de orquídea, de nuances e reflexos variáveis. Essa vegetação moroncial é um desenvolvimento integralmente energético; quando ingerida, não há nenhuma porção residual.
Sendo dotados com dez divisões de vida física, para não mencionar as variações moronciais, esses mundos arquitetônicos fornecem possibilidades imensas para a decoração biológica da paisagem e para as estruturas materiais e moronciais. Os artesãos celestes dirigem os espornágias nativos nesse amplo trabalho de decoração botânica e ornamentação biológica. Os vossos artistas têm de recorrer à pintura inerte e ao mármore sem vida para retratar os seus conceitos; os artesãos celestes e os univitátias, porém, mais freqüentemente utilizam os materiais vivos para representar suas idéias e captar seus ideais.
Se apreciardes as flores, os arbustos e as árvores de Urântia, então tereis uma festa para os vossos olhos, com a beleza botânica e a grandeza floral dos jardins supernos de Edêntia. Mas está além dos meus poderes de descrição tentar transmitir à mente mortal uma idéia adequada de tais belezas dos mundos celestes. Verdadeiramente, a vossa vista não viu essas glórias que aguardam a vossa chegada nesses mundos da aventura de ascensão mortal.