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Preparando os Evangelistas em Betsaída

5. O Propósito da Aflição

148:5.1

Numa outra dessas entrevistas particulares no jardim, Natanael perguntou a Jesus: “Mestre, embora eu esteja começando a entender por que tu te recusas a praticar indiscriminadamente a cura, eu ainda não consigo compreender por que o Pai celeste, cheio de amor, permite que tantos dos seus filhos na Terra sofram de tamanhas aflições”. O Mestre respondeu a Natanael, dizendo:

148:5.2

“Natanael, tu e muitos outros estão perplexos assim porque tu não compreendes como a ordem natural deste mundo tem, por tantas vezes, sido desorganizada pelas aventuras pecaminosas de alguns traidores rebeldes para com a vontade do Pai. E eu vim para começar a colocar essas coisas em ordem. Mas muitas idades serão necessárias para reorientar e devolver esta parte do universo ao caminho anterior e, assim, libertar os filhos dos homens das cargas adicionais vindas do pecado e da rebelião. A presença do mal por si só é um teste suficiente para a ascensão do homem—o pecado não é essencial à sobrevivência.

148:5.3

“No entanto meu filho, deverias saber que o Pai não aflige aos seus filhos propositalmente. O homem traz aflições desnecessárias a si próprio, em vista da sua recusa persistente de conduzir-se dentro dos melhores caminhos da vontade divina. A aflição existe potencialmente no mal, mas grande parte dela foi produzida pelo pecado e pela iniqüidade. Muitos eventos incomuns tiveram lugar neste mundo; não é estranho que todos os homens que pensam acabem perplexos com as cenas de sofrimento e de aflição que testemunham. Mas de uma coisa tu podes estar certo: O Pai não envia a aflição como uma punição arbitrária para o erro. As imperfeições e as limitações do mal são inerentes ao mesmo; as punições para o mal são inevitáveis; as conseqüências destrutivas da iniqüidade são inexoráveis. O homem não deveria culpar a Deus por essas aflições, que são o resultado natural da vida que ele escolhe viver; nem deveria o homem reclamar das experiências que são parte da vida como é vivida neste mundo. A vontade do Pai é que o homem mortal devesse trabalhar com persistência, e coerentemente, no sentido da melhora do seu estado na Terra. O empenho inteligente capacitaria o homem a superar grande parte da sua miséria terrena.

148:5.4

“Natanael, parte da nossa missão é ajudar os homens a resolverem os seus problemas espirituais e, desse modo, vivificar as suas mentes de um modo tal que eles possam estar mais bem preparados e inspirados para resolver os seus múltiplos problemas materiais. Eu sei da tua confusão quando leste as escrituras. Muito freqüentemente tem prevalecido a tendência de atribuir a Deus a responsabilidade por tudo o que a ignorância do homem não o deixa compreender. O Pai não é pessoalmente responsável por tudo aquilo que não podes compreender. Não duvides do amor do Pai apenas por acontecer que alguma lei justa e sábia, ordenada por Ele, acabe afligindo-te talvez por teres, inocente ou deliberadamente, transgredido a essa ordem divina.

148:5.5

“No entanto, Natanael, há muitas coisas nas escrituras que te teriam servido de instrução, se as tivesses lido com discernimento. Não te lembras de que está escrito: ‘Meu filho, não desprezes o castigo do Senhor, nem te aborreças com a Sua correção, pois o Senhor corrige àquele a quem ama, do mesmo modo que o Pai corrige o filho em quem Se compraz’. ‘O Senhor não tem intenção de afligir.’ ‘Antes de ser afligido, eu me desviei, mas agora observo a lei. A aflição foi benéfica, para que eu pudesse aprender os estatutos divinos’.‘Conheço os vossos sofrimentos. O Deus eterno é vosso refúgio, enquanto embaixo mantém os Seus braços eternos’. ‘O Senhor é também um refúgio para os oprimidos, um ancoradouro de descanso nos tempos de complicações’. ‘O Senhor fortalecerá quem que cai no leito da aflição; o Senhor não esquecerá os doentes’. ‘Como um pai demonstra compaixão pelos seus filhos, também o Senhor é compassivo para com aqueles que O temem. Ele conhece vosso corpo; lembra-Se de que sois pó’. ‘Ele cura os corações partidos, e fecha as feridas’. ‘Ele é a esperança do pobre, a força do necessitado, na sua angústia, um Refúgio na tempestade e uma Sombra em um calor devastador’. ‘Ele dá poder aos fracos; daqueles que não têm nenhum poder, Ele aumenta as forças’. ‘Ele não quebrará uma cana já lascada, e a fibra em chama Ele não apagará’. ‘Quando passares pelas águas da aflição, Eu estarei contigo e, quando os rios da adversidade te submergirem, Eu não te abandonarei’. ‘Ele enviou-me para fechar as feridas no teu coração alquebrado, para proclamar a liberdade aos cativos, e para confortar a todos os que pranteiam’. ‘A correção acompanha o sofrimento; a aflição não brota do pó’”.


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