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A Vida Adulta de Jesus

4. O Jesus Humano

129:4.1

Para as inteligências celestes do universo local que o observavam, essa viagem pelo Mediterrâneo foi a mais cativante de todas as experiências terrestres de Jesus, pelo menos em toda a sua carreira antes do evento da sua crucificação e do fim da sua vida mortal. Esse período foi o mais fascinante da sua ministração pessoal, em contraste com a época de ministério público, que viria logo em seguida. Esse período singular ficava ainda mais apaixonante porque, durante essa época, ele ainda era o carpinteiro de Nazaré, o construtor de barcos de Cafarnaum, o Escriba de Damasco; ele era ainda o Filho do Homem. Jesus não havia ainda alcançado a mestria completa sobre a sua mente humana; e o Ajustador ainda não havia gerado totalmente a contraparte da sua identidade mortal. E ele era ainda um homem entre os homens.

129:4.2

A experiência religiosa puramente humana—o crescimento pessoal espiritual—do Filho do Homem quase atingiu o apogeu da sua realização durante esse que foi o seu vigésimo nono ano. A experiência de desenvolvimento espiritual foi de um crescimento consistentemente gradativo, desde o momento da chegada do seu Ajustador do Pensamento até o dia em que se completou e confirmou-se a relação humana natural e normal entre a mente material do homem e a dotação mental do espírito—o fenômeno de fazer dessas duas mentes uma única; experiência esta que o Filho do Homem atingiu, de modo completo e em finalidade, como um mortal encarnado do reino, no dia do seu batismo no Jordão.

129:4.3

Durante esses anos, ainda que pareça que não se haja empenhado em tantos períodos de comunhão formal com o seu Pai no céu, Jesus aperfeiçoou de modo crescente os métodos efetivos de comunicação pessoal com a presença espiritual residente do Pai do Paraíso. Ele viveu uma vida real, uma vida plena e uma vida verdadeiramente normal, natural e comum, na carne. E conheceu, pela via da experiência pessoal, o equivalente, na realidade, à soma e à essência totalizadora da vida levada pelos seres humanos, nos mundos materiais do tempo e do espaço.

129:4.4

O Filho do Homem experimentou aquelas vastas gamas de emoções humanas, que vão desde a alegria magnífica à tristeza profunda. Ele havia sido uma criança alegre e um ser de raro bom humor; e, do mesmo modo, foi um “homem de tristezas e ambientado ao sofrimento”. Num sentido espiritual, ele passou pela vida mortal de alto a baixo, do começo ao fim. De um ponto de vista material, poderia parecer ter ele escapado de viver os dois extremos sociais da existência humana, mas intelectualmente ele tornou-se totalmente familiarizado com a experiência, inteira e completa, da humanidade.

129:4.5

Jesus conhece os pensamentos e os sentimentos, as premências e os impulsos dos mortais evolucionários e ascendentes dos reinos, do nascimento à morte; pois viveu a vida humana desde o início da tomada de consciência física, intelectual e espiritual—passando pela infância, a meninice, a juventude e a vida adulta—, e teve inclusive a experiência humana da morte. Não apenas passou por esses períodos humanos usuais e familiares de avanço intelectual e espiritual, como experimentou, com plenitude, aquelas fases mais elevadas e mais avançadas da conciliação entre o homem e o Ajustador, que tão poucos mortais urantianos chegam a alcançar. E assim ele experimentou a vida plena do homem mortal, não apenas como é vivida no vosso mundo, mas também como é vivida em todos os outros mundos evolucionários do tempo e do espaço, e mesmo nos mais elevados e mais avançados entre todos os mundos estabelecidos em luz e vida.

129:4.6

Embora essa vida perfeita que ele viveu, à semelhança da carne mortal, possa não haver recebido a aprovação universal e irrestrita dos seus irmãos mortais, a quem aconteceu serem os seus contemporâneos na Terra, ainda assim a vida que Jesus de Nazaré viveu na carne, em Urântia, recebeu a aceitação plena e irrestrita do Pai Universal, constituindo-se, ao mesmo tempo, em uma mesma vida-personalidade, na plenitude da revelação do Deus eterno para o homem mortal e na apresentação da personalidade humana aperfeiçoada para a satisfação do Criador Infinito.

129:4.7

E foi esse o seu verdadeiro e supremo propósito. Jesus não desceu até Urântia como um exemplo, perfeito nos detalhes, especialmente para qualquer criança ou adulto, homem ou mulher, em uma idade ou em outra. A verdade de fato é que, na sua vida plena, rica, bela e nobre, podemos todos encontrar muita coisa que é exemplar de um modo raro e divinamente inspirador; mas isso se dá porque ele viveu uma vida verdadeira e genuinamente humana. Jesus não viveu a sua vida na Terra com o fito de estabelecer um exemplo para todos os outros seres humanos copiarem. Viveu essa vida na carne por meio da mesma ministração de misericórdia pela qual todos vós podeis viver as vossas vidas na Terra; e viveu a sua vida mortal nos seus dias e como o que ele foi, e assim estabeleceu o exemplo para todos nós, do mesmo modo, vivermos as nossas vidas, nos nossos dias e como somos. Vós podeis não aspirar viver a vida dele, mas podeis resolver viver as vossas vidas como ele viveu a dele e pelos mesmos meios. Jesus pode não ser o exemplo exato, técnico e detalhado para todos os mortais, de todas as idades, em todos os reinos deste universo local, mas ele é, para sempre, a inspiração e o guia de todos os peregrinos que vão para o Paraíso, vindos dos mundos da ascensão inicial, atravessando um universo de universos, e passando por Havona, indo até o Paraíso. Jesus é o caminho novo e vivo do homem até Deus, do parcial ao perfeito, do terreno ao celeste, do tempo para a eternidade.

129:4.8

Ao fim do vigésimo nono ano, Jesus de Nazaré havia virtualmente completado a vida como é esperada que os mortais vivam, enquanto permanecem na carne. Ele veio à Terra trazendo a plenitude de Deus para manifestar-se ao homem; e agora transformava-se quase na perfeição de homem, aguardando a ocasião de tornar-se manifesto para Deus. E, tudo isso, antes de completar trinta anos de idade.


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