A fusão com o Ajustador do Pensamento confere à personalidade factualidades eternas que previamente eram apenas potenciais. Entre esses novos dons, podem ser mencionados: a fixação da qualidade da divindade, a experiência e a memória da eternidade passada, a imortalidade; e uma fase específica de absolutez potencial.
Quando o vosso curso terreno, na forma temporária, houver decorrido, vós estareis para acordar nas margens de um mundo melhor, até que, finalmente, estareis unidos ao vosso fiel Ajustador num amplexo eterno. E essa fusão constitui o mistério de fazer um, de Deus e do homem, o mistério da evolução da criatura finita, mistério que é eternamente verdadeiro. A fusão é um segredo da esfera sagrada de Ascêndington; e nenhuma criatura, salvo aquelas que experienciaram a fusão com o espírito da Deidade, pode compreender o verdadeiro significado dos valores reais que se somam à identidade quando uma criatura do tempo se torna eternamente una com o espírito da Deidade do Paraíso.
A fusão com o Ajustador é efetivada, de modo geral, enquanto o ser ascendente é residente no seu sistema local. Pode ocorrer no planeta do seu nascimento, como uma transcendência da morte natural; pode ter lugar num dos mundos das mansões ou na sede-central do sistema; pode até mesmo ser retardada até o momento final da estada na constelação; ou, em casos especiais, pode não ser consumada senão quando o ser ascendente estiver na capital do universo local.
Quando a fusão com o Ajustador houver sido efetivada, não mais poderá haver perigo futuro para a carreira eterna de tal personalidade. Os seres celestes são testados por uma longa experiência, os mortais, contudo, passam por uma carreira relativamente curta e por testes intensivos nos mundos evolucionários e nos mundos moronciais.
A fusão com o Ajustador nunca ocorre até que os mandados do superuniverso tenham pronunciado que a natureza humana haja, de fato, feito uma escolha final e irrevogável pela carreira eterna. Essa é a autorização da unicidade, a qual, quando emitida, constitui o caminho aberto de permissão para que a personalidade fusionada finalmente abandone os confins do universo local, para prosseguir, em algum momento, até a sede-central do superuniverso, ponto do qual o peregrino do tempo, num futuro distante, irá enseconafinar-se para o longo vôo até o universo central de Havona e para a aventura da Deidade.
Nos mundos evolucionários, a individualidade do eu é material; é uma coisa no universo e, como tal, está sujeita às leis da existência material. É um fato no tempo, e é sensível às vicissitudes dele. As decisões de sobrevivência devem ser formuladas nesse momento. No estado moroncial, o eu torna-se uma nova realidade do universo, mais duradoura; e o seu crescimento contínuo está baseado na sua crescente sintonia com os circuitos mentais e espirituais dos universos. As decisões de sobrevivência estão agora sendo confirmadas. Quando o eu atinge o nível espiritual, ter-se-á tornado um valor seguro no universo; e esse novo valor funda-se no fato de que as decisões de sobrevivência foram tomadas, fato este que foi confirmado pela fusão eterna com o Ajustador do Pensamento. E, tendo chegado ao status do valor verdadeiro no universo, a criatura torna-se liberada, em potencial, para a busca do valor mais elevado do universo—Deus.
Esses seres fusionados são duais nas suas reações no universo: são indivíduos moronciais separados, discretos, limitados espacialmente, não muito diferentes dos serafins; e são também, em potencial, seres da ordem dos finalitores do Paraíso.
Contudo, o indivíduo fusionado é realmente uma personalidade una, um ser cuja unidade desafia todas as tentativas de análise de qualquer inteligência dos universos. E assim, havendo passado pelos tribunais do universo local, do mais baixo ao mais alto, nenhum dos quais tendo sido capaz de identificar homem ou Ajustador, de distinguir uma parte da outra, vós sereis finalmente levados perante o soberano de Nébadon, o vosso Pai do universo local. E então, das mãos daquele mesmo ser cuja paternidade criadora, nesse universo do tempo, tornou possível a existência da vossa vida, ser-vos-á concedida a credencial que vos dará o direito de prosseguir para sempre na vossa carreira no superuniverso, ao encontro do Pai Universal.
O Ajustador triunfante terá ganhado personalidade pelo magnífico serviço à humanidade, ou haverá o valente ser humano adquirido a imortalidade por esforços sinceros de realizar a semelhança com o Ajustador? Nenhuma das duas coisas; juntos, entretanto, eles terão feito evoluir um membro de uma das ordens únicas de personalidades ascendentes do Supremo, um ser que estará sempre a serviço, que sempre se mostrará fiel e eficiente, um candidato ao crescimento e ao desenvolvimento ulteriores, sempre dirigido para cima e nunca cessando a sua superna ascensão, até que os sete circuitos de Havona hajam sido atravessados e até que aquela que uma vez foi uma alma de origem terrena esteja em atitude adoradora de reconhecimento à personalidade real do Pai no Paraíso.
Ao longo dessa magnífica ascensão, o Ajustador do Pensamento é a garantia divina da futura estabilização espiritual plena do mortal ascendente. Ao mesmo tempo, a presença do livre-arbítrio mortal confere ao Ajustador um canal para a libertação da sua natureza infinita e divina. E agora que essas duas identidades transformaram-se numa única, nenhum evento no tempo ou na eternidade pode jamais separar o homem e o Ajustador; eles são inseparáveis, eternamente fusionados.
Nos mundos de fusão com o Ajustador, o destino do Monitor Misterioso é idêntico ao do mortal ascendente—o Corpo de Finalidade do Paraíso. E nenhum deles, nem o Ajustador, nem o ser mortal, pode atingir essa meta única sem a plena cooperação e a fiel ajuda do outro. Essa extraordinária união constitui um dos mais assombrosos e fascinantes de todos os fenômenos desta idade do universo.
Desde o momento da fusão com o Ajustador, o status do ser ascendente é o da criatura evolucionária. O membro humano foi o primeiro a desfrutar de personalidade e, por conseguinte, está acima do Ajustador em todas as questões que concernem ao reconhecimento da personalidade. A sede-central no Paraíso desse ser fusionado é Ascêndington, não Divínington; e essa combinação, única, de Deus e homem, tem a categoria de um mortal ascendente em todo o seu caminho de elevação até o Corpo de Finalidade.
Uma vez que um Ajustador se haja fundido com um mortal ascendente, o número desse Ajustador é retirado dos registros do superuniverso. O que acontece nos registros de Divínington eu não sei, no entanto faço a conjectura de que o registro desse Ajustador seja removido para os círculos secretos das cortes internas de Grandfanda, o reitor atual do Corpo de Finalidade.
Com a fusão ao Ajustador, o Pai Universal completou a Sua promessa da dádiva de Si mesmo às Suas criaturas materiais; Ele haverá cumprido a promessa, e consumado o plano de outorga eterna da divindade à humanidade. Agora, inicia-se o intento humano de realizar e de tornar factuais as ilimitadas possibilidades que são inerentes à superna união com Deus, que assim se realizou.
O destino conhecido, no presente, dos mortais sobreviventes é o Corpo de Finalidade do Paraíso; essa é também a meta de destino para todos os Ajustadores do Pensamento que se tornam vinculados, em união eterna, aos seus companheiros mortais. No presente, os finalitores do Paraíso estão trabalhando por todo o grande universo, em muitos empeendimentos, mas todos nós conjecturamos que eles irão ter outras tarefas ainda mais supernas a cumprir no futuro distante, após os sete superuniversos haverem sido estabelecidos em luz e vida, e quando o Deus finito houver emergido finalmente do mistério que agora envolve essa Suprema Deidade.
Vós tendes sido instruídos, até uma certa medida, sobre a organização e o pessoal do universo central, dos superuniversos e dos universos locais; foi-vos dito algo sobre o caráter e a origem de algumas das várias personalidades que agora regem essas múltiplas criações. Vós fostes também informados de que, em processo de organização, existem vastas galáxias de universos muito além da periferia do grande universo, no primeiro nível do espaço exterior. E foi sugerido, no curso destas narrativas, que o Ser Supremo está para proclamar a sua função terciária não revelada nessas regiões ainda inexploradas do espaço exterior; e a vós também foi dito que os finalitores do corpo do Paraíso são as crianças experienciais do Supremo.
Acreditamos que os mortais fusionados com os Ajustadores, junto com os seus companheiros finalitores, estejam destinados a funcionar de alguma maneira na administração dos universos do primeiro nível do espaço exterior. Não temos a menor dúvida de que, no tempo devido, essas enormes galáxias transformar-se-ão em universos habitados. E estamos igualmente convencidos de que, entre os administradores daqueles universos, estarão os finalitores do Paraíso, cujas naturezas são uma conseqüência cósmica da combinação de criatura e Criador.
Que aventura! Que epopéia romanesca! Uma criação gigantesca a ser administrada pelos filhos do Supremo, esses Ajustadores personalizados e humanizados, esses mortais Ajustadorizados e eternizados, essas misteriosas combinações e essas eternas associações entre a mais alta manifestação conhecida da essência da Primeira Fonte e Centro e a mais baixa forma de vida inteligente, capaz de compreender e alcançar o Pai Universal. Nós acreditamos que tais seres amalgamados, tais uniões entre Criador e criatura tornar-se-ão governantes extraordinários, administradores incomparáveis, diretores compassivos e
compreensivos de toda e qualquer forma de vida inteligente que possa vir a existir, espalhada por esses futuros universos do primeiro nível do espaço exterior.
Verdade, sim, é que vós mortais sois de origem terrena animal; a vossa estrutura é realmente o pó. Contudo, se realmente desejardes e se o quiserdes realmente, certamente a herança das idades será vossa e ireis, algum dia, servir aos universos no vosso verdadeiro caráter—de filhos do Deus Supremo da experiência: filhos divinos do Pai no Paraíso, Pai de todas as personalidades.
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